28 de julho de 2011

The kid


As pessoas falam que para você saber para onde você vai você precisa saber de onde você veio. Ontem isso fez muito sentido, entendi o porquê. Como em uma noite qualquer resolvi sentar para ver os meus vídeos de criança. Fiquei ali sozinha assistindo. Começei pelo começo, olhando o carinho da minha família comigo, olhando o meu olhar quando eu ainda era nenê, lá no fundo, bem no fundo, como nunca tinha feito antes. E vi tudo. Vi que sempre fui cercada de amor e fé, por todos os lados. Vi que alegria é uma coisa que sai de dentro de mim sem eu precisar fazer força. Vi que por muito tempo, não sei porque, eu talvez tenha feito força para deixar dentro de mim essa alegria simples e natural que simplesmente existe sem explicação. É como se eu falasse pra ela: Bi, não vou te decepcionar. Você vai ter seus sonhos, eu vou atrás deles. Você vai rir todos os dias. Você vai fazer os outros rirem todos os dias. Você não vai se pre-ocupar sem necessidade. Você vai ajudar os outros a se pre-ocuparem menos. Você vai continuar cantando e dançando como se ninguém estivesse vendo e vai contagiar todo mundo. Você vai continuar saltitando, nem correndo, nem andando, saltitando. Você vai ser inspirada e inspirar os outros sempre que puder. Você vai continuar tendo o seu tempo que não está preso no relógio, nem na agenda. Você vai continuar enxergando o que existe no espaço vazio entre as estrelas e compartilhando com todo mundo o que você consegue ver. Você vai sempre ser amiga da Lua, da Nasa e do universo todo. Você vai continuar inventando novas "loucuras" todos os dias. Você não vai ter medo, nem vergonha, vou trabalhar melhor nisso. Você vai ser sempre a tiagabi com cheiro de moranquinho. E é como ela me falasse: Pode crescer que mesmo adulta você não precisa deixar de ser tudo isso que você gosta de ser. Não precisa ficar o pé no freio tentando lutar contra o tempo, porque na sua vida tudo acontece por milagre, nunca é do jeito normal, então nem adianta ficar se comparando. Você já se tornou mulher, a passagem não é tão brusca quanto você pensa, já aconteceu. Não é porque você é adulta que você tem que ser chata ou séria, bobinha, olha a nossa família. E olha, o patinho feio já é cisne, o que falta para você conseguir ver? Só não esquece nunca de Deus, da família e dos amigos-família, sem eles, a sua vida passaria em branco e você só estaria correndo atrás do vento.
E aí eu me pergunto de curiosidade, como seria a conversa de você com o seu eu criança?





Um comentário:

Silvinha Mello disse...

Minha conversa com o meu 'Eu Silvia das antigas bem antiga'...? Nossa nunca parei pra pensar.
Parei agora uns 10, 15 minutos (na verdade nem sei quanto tempo durou) e a mente viajou, tentei buscar em minutos tudo que vivi até hoje, minha essencia, meu histórico desde pequenininha, momentos, lembranças, cheiros, lágrimas, saudades, risos, um auto flashback realmente não é fácil.
Nossa que saudades...Tempo que não volta mais, assim como o hoje que amanhã já será parte de nossas histórias de VIDA.
Vou conversar com o meu eu Tatinha, como era chamada depois te conto Bi, texto maravilhoso como sempre, parabéns Bi!