4 de setembro de 2011

Está explicado!

Sabe, eu sempre busquei perdoar as pessoas e não cortá-las da minha vida por ódio ou por mágoa, e fazia isso simplesmente porque me fazia mal ficar com tanta coisa ruim do lado de dentro e porque sempre soube que eu sempre tive parte da culpa na história, como todos nós sempre temos. Sempre disse que por mais que não pareça, sim eu sinto raiva, mas em alguns segundos o amor já aparece, dá um abraço de urso na raiva e ela se acalma. Afinal, todas as pessoas que aparecem na minha vida são especiais demais para eu me apegar a um episódio ruim. Eu sempre preferi escolher o amor e o perdão para me libertar e libertar a pessoa também, para deixar tudo mais leve. Há quem diga que os sentimentos não somem, eles se transformam e eu acredito muito nisso.

Estou lendo um livro que estuda a parte psicológica de Jesus, sem falar de religião, nem nada, é um estudo científico do lado humano, ele como pessoa mesmo. E o autor, que é médico, fala uma coisa muito interessante que vai de encontro ao que eu sempre tentei fazer, mas ele explica cientificamente:
"Aqui há um grande aprendizado a ser feito. Se uma pessoa nos pertubou, nos prejudicou ou nos humilhou, e se desenvolvemos raiva, ódio ou medo dela, essa pessoa será registrada de maneira privilegiada na parte central da nossa memória, que chamo de MUC (memória de uso contínuo). Por estar registrado lá, o agressor participará de grande parte de nossos pensamentos. Assim, se achamos que a raiva, o ódio e a reação fóbica de afastamento nos livrarão de nosso agressor, estamos enganados. Ele almoçará e dormirá conosco pois ocupará a área central de nossa memória consciente e inconsciente. Quanto mais aversão sentirmos por alguém, mais essa pessoa ocupará nossos sonhos e nos provocará insônia. Jesus não dormia com os inimigos porque ele não tinha inimigos. Todos podiam odiá-lo, ameaça-lo, traí-lo, mas todo esse ódio não os qualificava como inimigos. Por que? Porque ninguém conseguia transpor a capacidade dele de proteger a própria emoção. Ele não permitia que a agressão dos outros afetasse a sua alma. Diferentemente de pessoas que abriram as comportas de sua emoção e deixaram que um episódio turbulento destruísse para sempre um belo relacionamento. Ele vivia de acordo com a bela frase de Galileu Galilei: "Devemos escrever os benefícios em bronze e as injúrias no ar". Ele era livre no lugar em que mais facilmente somos prisioneiros, livre na sua emoção. Ao ser amável com os seus inimigos, ele cumpria o que havia dito sobre dar a outra face. Entretanto, dar a outra face não era nem de longe um sinal de submissão e de fragilidade, mas de força inigualável. Jesus mudou a história da humanidade pela delicadeza dos seus gestos em um ambiente grosseiro e desumano, pelos patamares impensáveis que atingiu sua amabilidade num ambiente em que as pessoas não sabiam amar." "Para amar os outros é necessário tirar a venda dos olhos e enxergar a própria debilidade. Só assim temos capacidade para compreender as causas dos comportamentos daqueles que nos feriram. Não os julgando, mas compreendendo-os, conhecemos as razões que os motivaram a deferir seus golpes. Conhecendo as causas, os golpes deixam de de gerar raiva e produzem compaixão. Desse modo, os inimigos deixam de ser inimigos."

Bom, eu me identifico DEMAIS com tudo isso! E quando eu falo que pra mim a minha fé me ajuda a me tornar uma pessoa melhor, é disso que eu estou falando. Tem gente que fala que fé é coisa de gente fraca ou de gente que não pensa...mas fé é diferente de religião...pra mim, fé é você ler tudo isso que está no livro e ver como a gente tem oportunidades de fazer a mesma coisa só que a gente desiste no meio do caminho porque é mais fácil ficar com raiva, ódio e cortar as pessoas de vez da nossa vida.

Precisamos sempre querer ser morangos! Inteiros, sem precisar de complemento. A felicidade está do lado de dentro, sempre esteve, não está em ninguém, nem no trabalho. E quando você descobre que pode ser um morango grande, vistoso e bonito, o leite condensado ou a calda de chocolate aparecem naturalmente. Quando se é feliz independente de algos ou alguéns, quando você não precisa de nadas nem de ninguém, fica mais fácil de enxergar e escolher com quem e onde você quer ser MAIS feliz. E não digo em ser autosuficiente, superior a ninguém, ser morango é ter sede de aprender e desaprender o que for preciso, é saber que dessa vida não se sabe de nada, é ter coração ensinável e sempre usar obstáculos como oportunidades para melhorar e criar convicção, é ver tudo como se fosse pela primeira vez, é saber ser turista da vida, é saber ser paciente e tolerante com o tempo de cada um, é saber contemplar o belo e o simples o tempo todo, é querer saber mais e viajar no mundo interno, na história espetacular que cada pessoa tem. E só você pode fazer isso tudo por você mesmo. Só você pode proteger seus sentimentos, sem expectativas. Só você pode tentar amar, amar de verdade, aquele amor que não espera NADA em troca, nada mesmo. Amar porque ama, sem motivos, sem condições.

É o que eu sempre gosto de falar: para todas as perguntas, o amor é a resposta. Para todas as guerras, o amor é a arma. E mais do que nunca eu acredito e tento viver isso, quanto mais eu conheço pessoas, quanto mais eu viajo, mais eu vejo que o que falta é amor. Eu ainda estou me descondicionando, ainda erro, ainda tropeço, mas eu também aprendi que isso faz parte do processo, afinal, todo de amor e perdão começa de mim para eu mesma. A curto prazo pode não fazer muita diferença, posso passar por boba, mas a longo prazo eu sei que vou olhar pra trás e ver que eu não gostaria de ter feito de outro jeito.

É por isso tudo que a meu primeiro título publicitário da vida me resume: viver tudo o que se tem pela frente, sem deixar nada, nem ninguém para trás. E aí, alguém quer carona? Eu garanto uma trilha sonora boa na estrada! :)

"o amor se tornou poesia, a soliedariedade uma sinfonia e a mansidão um manual de vida"

"o amor só consegue florescer no solo da liberdade"

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