o que um dia nublado nao faz

Talvez hoje não seja o melhor dia para falar sobre o sol. Ou talvez hoje seja o dia ideal para falar sobre ele. Acho que acordei com vontade de falar sobre ele justamente porque ele não está tão visivel. Acho que é justamente quando algo ou alguem não está por perto que ficamos mais inspirados para falar sobre. A falta e a saudade acionam a nossa memória, que é rica em detalhes e tem um amor platônico pelos adjetivos, não tira eles do seu vocabulário. E é essa falta que me faz querer escrever sobre dois momentos únicos que acontecem no dia, o nascer e o por do sol. Eles acontecem todos os dias, sem exceção, atrás das nuvens ou não, com ou sem chuva. E por acontecerem todos os dias é que acabamos não dando a devida atenção a eles. Acabamos perdendo o encanto, como o que tem nos olhos de criança quando veem uma coisa bonita. Não enxergamos mais a explosão e mistura de cores que anunciam um dia novo está por vir. E quando digo nós é porque eu me incluo nisso, apesar de ser fascinada pelo céu e todos os seus luminares, posso ser pega com a pergunta, há quantos anos não vejo um nascer do sol? até me envergonho em dizer a verdade, mas na verdade são muitos anos. Se passaram muito nascer do sol perdido por estar dormindo. Preciso mudar esses números, preciso ver mais. Para no futuro não ter um texto aconselhando as pessoas a fazerem algo que eu me arrependi de não ter feito. Aproveitar enquanto tenho tempo. Acho o texto do protetor solar absolutamente maravilhoso, mas não quero escrever um texto desses quando eu for mais velha. Quero o contrário disso, quero escrever que no fim, se e colocar na balança, as coisas que eu fiz foram mais importantes do que as que eu deixei de fazer. Mas não estou tão mal assim, posso ter perdido muito nascer do sol, mas pelo menos do por do sol eu tenho o que falar. Muitas vezes até dou atenção demais a ele. Quando estou no carro por exemplo, aquelas cores maravilhosas me hipnotizam e se eu não tomar cuidado...Vejo parte do por do sol todo dia aqui, só não vejo mais por causa de alguns predios que ficam na frente. Mas quando dá 4:30 no relógio a vontade que eu tenho é de ou ir para a Praça do Por do sol perto de casa (lugar que dá jus ao nome, é um dos lugares mais perfeitos) ou de pegar estrada e ir pra algum lugar, ou simplesmente parar tudo o que estou fazendo e ficar sem fazer nada, só olhando para aquele momento. Acho essa hora cenario perfeito para uma cena de filme ou para uma foto, é aluscinante como tudo fica mais bonito essa hora, fica tudo dourado, brilhando, não sei, simplesmente maravilhoso. É como se o sol desse seu ultimo espetaculo do dia, fechando com chave de ouro, é como se ele deixasse um gostinho de quero mais para o dia seguinte, é o seu ultimo mas esplendoroso suspiro. É a demonstração mais valiosa de que um novo dia vai vir e que ele estará de volta no dia seguinte. E fica interessante também quando tem umas nuvens da frente e só alguns raios de luz conseguem atravessar, meio que nem no Rei Leão sabe?! Lindo! mas o por do sol também pode ser visto como o começo do segundo ato do espetaculo, esse que tem um cenario mais escuro, com pequenos e brilhantes atores que roubam a cena e que por isso não deixa de tornar esse espetaculo bonito, imperdivel, insiprador e que não desaponta ninguem, principalmente eu. E quando eu vejo tudo isso, só vem uma frase na minha cabeça, obrigada Deus por ter sido criativo o suficiente para criar tudo isso e também por me dar a chance de ver isso tudo! portanto o por do sol para mim não é o fim do dia, mas sim o começo de tudo, é uma das horas que eu me sinto melhor. Porque é esse momento de intimidade que recarrega minhas forças para continuar a viver, é ele que me faz ser ainda mais apaixonada pela vida e por tudo o que nela há! E é essa paixão que me faz ver raios de sol mesmo num dia nublado.