As vezes parece que não dá para mudar algo que você sempre faz. Por mais que a vontade seja de nadar contra a maré, com toda força, com todo o aprendizado que as feridas trouxeram, com toda vontade de fazer diferente, com todo ânimo dos sonhos que ainda estão do lado de dentro só esperando. Mas, alguma coisa acontece e em um milésimo de segundo parece que alguém grita: freeze! Deixando você imóvel. A única parte que se mexe é o olho, ele, que vê tudo acontecer novamente. Cansado, ele deixa cair discretamente uma lágrima, uma ou duas. Elas levam embora, mais uma vez, um tantinho da esperança. Elas vão, mas deixam, de novo, aqueles pontos de interrogação básicos: 1. Como? Como você se deixou levar, de novo, pela lábia da ilusão traiçoeira? 2. Por que? Por que a imaginação precisa ser tão fértil? 3. Quando? Quando que isso vai parar de acontecer? 4. Quem? Quem disse que tudo isso seria tão complicado? O resultado de tudo isso nunca é catastrófico. Sempre acaba com o prêmio que todos dizem ser o melhor deles. Talvez essa seja a natureza mais profunda da essência desse alguém que já não sabe o que fazer: amizade pura. Querer que fosse diferente, pode até ser, mas não sei se adianta. O tempo está ai, não cansa em passar correndo e tudo continua igual, como sempre foi. E assim você continua, lutando novamente com a dor do risoto ser mais uma vez só um grão de arroz. E assim você continua, miraculosamente, com o restinho de esperança que sobrou, esperando que um dia seja tudo diferente.
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