Quando um pedaço do coração se vai, fica claro que não é preciso estar sempre perto para amar. Quando um pedaço do coração se vai, mesmo quando já se espera, é dolorido. Dói, porque é inevitável pensar como a história poderia ter sido diferente, é impossível não lamentar tudo o que se perdeu por coisas que não valeram a pena. Por que o ser humano insiste no orgulho, na ganância, na busca de miragens vazias, enquanto o que realmente importa está sendo perdido no meio do caminho? A vida é curta e imprevisível demais para ficarmos fingindo que ela não é real. Achamos que temos todo tempo do mundo para consertar o que nos machuca, para resolver o que está pendente, para falar o quanto se gosta das pessoas e o que elas importam na sua vida. Mas quanto mais temos tempo, menos a gente faz. E quanto menos a gente faz, mais a gente se entrega e deixa a vida levar. E quanto mais a vida leva, mais se esquece os motivos que fazem sorrir, que fazem chorar, que fazem sonhar, que fazem lembrar, que fazem amar, que fazem viver. E começa um piloto automático que só vê tudo passar. Só quando a contagem regressiva acaba que acordamos com o barulho do alarme. Bom seria se o despertador tocasse antes de ser tarde demais. A vida pode ser tão boa, tão simples, tão alegre, tão fascinante quanto um céu estrelado, mas só é possível enxergar isso quando se quer enxergar, assim como os milagres só acontecem quando ainda existe, um tantinho que seja de esperança e fé de que um dia tudo seja como tem que ser. Agora só ficam algumas lágrimas, lágrimas que podem até mesmo curar, tudo depende aonde elas vão cair.
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2 comentários:
Será que é a correria de São Paulo que deixa esse sentimento de não dar a atenção devida às pessoas que merecem ou será que é o mundo inteiro? Tenho minhas dúvidas. Mas realmente vivemos com muitas informações, muitas referências, muitos estímulos que emocionam, que nos tiram do lugar, que nos fazem pensar. E muitas vezes nos ocupamos com tudo isso e esquecemos de agradecer, de dar bom dia, de sorrir. Eu mesmo me pego sendo antipático ou antissocial às vezes, mesmo sem motivo nenhum. Vida louca, né?
Muito melancólico esse texto , minha linda! Mas,é inverno... tudo morre agora para renascer na primavera, incluindo os sonhos.
As lágrimas cairão no lugar em que deverão cair e tudo vai reverdecer.
Acredite.
Bjs.
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