27 de março de 2012

Legosofia



Tem hora que a gente precisa apelar para a nostalgia para podermos entender algumas coisas. É como se fosse dar 2 passos pra trás para conseguir dar 3 para frente. Acho que não é a toa que eu gostava e ainda gosto de Lego. Hoje fiquei pensando e cheguei a conclusão que ele é quase tudo o que as vezes temos dificuldade como adultos. No Lego se não der certo, se você não gostar, você pode destruir e construir de novo. O Lego é uma eterna reinvenção, reconstrução, um recomeço com segundas e terceiras chances. No Lego não precisa ter necessariamente um sentido lógico para o que se faz. No Lego as cores não precisam combinar. No Lego você pode passar segundos ou minutos procurando aquela peça específica, porque só ela vai fazer o que você quer. No Lego não tem "pode" ou "não pode". No Lego era você que construía e era você que ficava orgulhoso do que tinha feito. Por que, de repente, a gente para de ver a vida como o gramado verde do Lego, com suas infinitas possibilidades? Por que ficamos limitados? Por que ficamos com medo de errar? Por que ficamos sérios? Por que tudo tem que ser definitivo? Por que ficamos querendo justificar nossas escolhas para os outros? Se você pegou aquela peça era porque você quis pegar aquela peça e quem vai ver se ela vai dar certo ou não, é você, só! Por que queremos tudo de uma hora pra outra se as coisas são construídas por uma peça de cada vez? Brincar de lego poderia demorar uma tarde toda e ninguém estava nem aí! Então por que a pressa? Acho que todo mundo tinha que andar com uma peça de Lego no bolso para lembrar que nunca é tarde para mudar o que se quer, para arriscar o que se deseja, para as vezes não fazer sentido nenhum, para se fazer rir, para se construir uma conquista, para ir até o final de um objetivo, do seu objetivo.
ps: só guarde muito bem as peças, porque se você esquecer alguma, pode ter certeza que você vai pisar em cima dela e vai doer








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