7 de setembro de 2009

Who's afraid of the big bad wolf?

Dizem que a melhor maneira de se livrar de um medo é enfrentado o próprio. Ali, cara a cara. Sentindo o coração bater alto, muito alto, tão alto ao ponto de talvez conseguir acordar a coragem que toda vez, finge dormir. É você ali, respirando rápido, sugando tudo o que se pode para tentar ficar maior do que está na sua frente. O seu maior medo. Não, não é o medo de morrer. Mas sim o medo do NAO. "Não"? Sim, não viver, não aproveitar, não desejar, não descobrir, não amar, não sonhar, não realizar, não apreciar, não sentir, não acreditar, não compartilhar, não ser inspirado, não inspirar, não ser feliz, não fazer feliz, não dar tempo, não ter tempo. Nessa hora, que o olho fica embaçado, só se consegue ver duas opções. Ou você paraliza, se fecha e se entrega, só vivendo com o gosto azedo dos arrependimentos. Ou com a mesma intensidade que se teme, você recomeça tudo. Tudo mesmo. Com o mesmo entusiasmo do sol que se põe e dali a algumas horas vai nascer lindo e brilhante, de novo, de novo e de novo. Às vezes para deixar de existir, o medo só precisa ser iluminado, seja pelo sol ou pela lua, você escolhe, porque no final, a luz vem do mesmo lugar.


ps: esse é aquele post que iria sair depois de ler o Escafandro e a borboleta. Esse é o livro do meu maior medo, o medo de viver paralisada sem poder fazer nada para mudar, só se agarrando as lembranças do que se sentiu e se viveu. Acredito sim que as palavras sejam tão poderosas quanto foram para o Jean-Dominique Bauby, elas fazem milagres, dão vida ao que parecia estar morto. Aas de coração, não quero que elas sejam o meu único meio de interação com o mundo, com a vida. Movimento contra os escafandros, já! Ou pelo menos, contra os meus escafandros...

Um comentário:

Unknown disse...

As vezes eu pergunto " aonde tá o reset?" rs ! É bom uma renovada de vez em quando.
E quanto aos medos , I feel the same !