31 de agosto de 2010

Vai!

Angústia. Só vou falar o nome dela uma vez para ela não se achar importante. Mal educada...vem quando não é bem vinda. Vem e gruda no olho, no ouvido, na boca. Não para quieta. Faz arder. Faz embaçar. Faz distorcer. Se deixar, ela entra e fica no estômago, no coração, ou no lugar que você der espaço para ela arranhar. Chega. Sai daqui. Vai embora. Vou tirá-la quando menos esperar, com um movimento preciso e fatal. Tiro, piso em cima e saio correndo para ela se perder de mim. Saio correndo para o vento bater na ferida, fazer arder mas cicatrizar. Saio correndo de dia para o sol me mostrar aonde a lua vai estar. E perto da Lua, lá em cima, a cicatriz se transforma uma nova perspectiva. Porque lá em cima, tudo é diferente. Lá em cima até a música tem outras notas. Lá em cima tudo fica pequeno, como tem que ser.

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