21 de junho de 2012

Dois pra lá, dois pra cá

Ela já tinha dançado muito naquela festa. Dançou sozinha, dançou com a turma, dançou com alguém. Em um momento da noite, ela resolve sentar e apenas observar todos dançando. Enquanto o seu olhar passeava sem rumo mas sorridente, a vida aparece do nada e a convida para dançar. No susto, ela fica tímida, quase hesita. Mas de repente a vida fita os olhos dela, lança aquele olhar que vai fundo, cutucando a coragem que estava adormecida e cansada. E antes dela perceber o que tinha acontecido, eles já estavam no meio da pista, dançando, quase voando. E entre o dois pra lá, dois pra cá, ela surpira e sorri. Sorri porque sabe que não importa o ritmo, as notas vão ser sempre as mesmas, sempre serão sete, não tem segredo. Sorri porque agora sabe que a coragem não precisa correr, ela só quer dançar. Sorri porque agora sabe continuar dançando até mesmo no silêncio entre uma música e outra.

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